domingo, 28 de janeiro de 2018

4. Mochilão África do Sul / Zâmbia: Museu Robben Island e Praia Camps Bay

Dia 07/07/17 - Museu Robben Island e Praia Camps Bay

Relato Parte 3: Subida à Table Mountain
Relato Parte 2: De SP a Cape Town

Na noite anterior havia chovido mesmo, conforme a previsão dizia. Chuva é sempre bom em época de racionamento de água, em julho essa campanha não me pareceu tão intensa, mas na Cidade do Cabo existe racionamento de água. Essa manhã o clima estava ameno, tomei um café da manhã caprichado (food lover's cafe, se não me engano) e depois parti para o centro comercial V&A Waterfront e seguindo pelo plano de ir até a praia de Camps Bay, ainda de forma independente utilizando o transporte público ou a própria caminhada mesmo. 

Museu Ilha Robben

Praia de Camps Bay
The Victoria & Alfred Waterfront é um porto em principio, mas não só isso, o que realmente se destaca são os diversos atrativos ao redor do porto, desde comércios, bares, pubs, museus, lojas de artesanatos, restaurantes, o Aquário Two Oceans que não fui, porém dediquei grande parte do tempo no Museu Robben Island, que é o local de onde parte a viagem até a ilha. Comprei o ingresso para o dia 09/07 e depois do museu eu troquei dinheiro no banco, almocei e andei pelo porto.  

A Ilha Robben foi por um tempo território de um presidio de segurança máxima, onde aprisionava presos políticos. Na época do apartheid sul africano, Nelson Mandela foi um desses presos, e hoje o local é visitado como tour educativo e de memória de preservação da resistência desses que lutaram pela liberdade e por plenos direitos civis, sociais e políticos. Nesse dia eu apenas comprei o ingresso, mas bem no meu dia de visita a chuva impediu que o tour ocorresse, e como eu estava com o tempo já contado, fiquei sem conhecer a ilha, os 340 Rands foram reembolsados no cartão.  Os guias desse passeio são alguns dos ex-presos políticos daquele tempo. O museu não me escapou e fiquei muito informado sobre essa época que muito marcou. Vale lembrar que a visita à ilha dura em torno de 4 horas e tem horários específicos de partida. (deixarei o link mais abaixo).

Momento de muita emoção foi estar frente a frente dos quadros que traçavam a história de luta anti-apartheid, as informações eram separadas em diversas seções, tais como: Fundação do Apartheid; primeiras resistências; distribuição de terra; mão de obra barata de imigrantes; primeiros sindicatos; mulheres, apartheid e resistência; partido nacional no poder; legislação do apartheid; campanha de desobediência; Massacre de Sharperville*; campanha contra lei do passe**; estado de emergência; luta armada; encarceramento, insurreição da juventude; capitulo da liberdade; crescimento de movimentos sociais, etc.

Após o almoço, voltei pro centro andando e parti direto pra Camps Bay Beach. Tem um ônibus que vai direto e é barato. No verão essa praia costuma lotar, mas como era inverno, o tempo tava nublado e a temperatura baixa, trombei com uma praia vazia. Ao embarcar no ônibus 107 Camps Bay usando o cartão Mycity, logo o rumo se deu em um bairro muito bem estruturado e de grandes casas, aos poucos já dava pra avistar o mar.

Essa praia é uma das mais badaladas na época quente, suas águas são frias, mas o diferencial é a estrutura que se tem na beira da praia, diversos restaurantes, bares e inclusive um mercado. Então mesmo que não se entre no mar, tem muita coisa pra se fazer. A vista é muito linda da sequência de montanha que pertence à Table Mountain, chamada de 12 apóstolos. Quando eu fui, essa visão estava parcialmente coberta, mas se mostrou bonita do mesmo jeito. Ao continuar a caminhada pelo calçadão se chega numa piscina natural que é tida como mais apropriada para banho, já que também não tem o risco de aparecer tubarões como ocorre no mar. Fiz minhas compras no próprio mercado, sendo essa a opção mais barata. Não entrei na água pois estava frio e por lá permaneci o restante da tarde. Show de bola!!!

O dia terminou com esse programa light, bem tranquilo. Voltei de ônibus até o centro, desci na Long Street pra descansar no hostel Two Oceans. No dia seguinte eu tinha agendado o rolê até a Peninsula do Cabo com a agência BazBus.

Links:
Rota e horários da linha Camps Bay

Ilha Robben ou Robben Island

**Massacre Sharpeville - fonte "Por dentro da África"
Em 21 de março de 1960, ocorreu em Sharpeville, na província de Gauteng, África do Sul, um protesto realizado pelo Congresso Pan-Africano contra a Lei do Passe, um documento que detalhava onde os negros poderiam ir. Caso os negros não apresentassem o passe, eles eram sumariamente detidos.

Neste dia, milhares de manifestantes caminhavam por Sharpeville para um protesto pacífico, que foi reprimido pela polícia sul-africana com arma de fogo provocando a morte de 69 pessoas e ferindo cerca de 180.

Após esse dia, a opinião pública mundial passou a olhar com mais atenção para o regime do apartheid. Em 21 de novembro de 1969, as Nações Unidas implementaram o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, que passou a ser comemorado todo dia 21 de março.
http://www.pordentrodaafrica.com/noticias/por-dentro-da-historia-o-massacre-de-sharpeville-durante-o-apartheid


***Lei do Passe
A Lei do Passe era uma lei que existia antes do Massacre de Sharpeville, na África do Sul.
A lei, que obrigava os negros da África do Sul a portarem uma caderneta na qual estava escrito onde eles podiam ir, era um dos principais elementos do sistema de apartheid.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_do_passe

O apartheid (...) foi um regime de segregação racial adotado de 1948 a 1994 pelos sucessivos governos do Partido Nacional na África do Sul, no qual os direitos da maioria dos habitantes foram cerceados pelo governo formado pela minoria branca.

A segregação racial na África do Sul teve início ainda no período colonial, mas o apartheid foi introduzido como política oficial após as eleições gerais de 1948. A nova legislação dividia os habitantes em grupos raciais ("negros", "brancos", "de cor" e "indianos"), segregando as áreas residenciais, muitas vezes através de remoções forçadas. A partir de finais da década de 1970, os negros foram privados de sua cidadania, tornando-se legalmente cidadãos de uma das dez pátrias tribais autônomas chamadas de bantustões. Nessa altura, o governo já havia segregado a saúde, a educação e outros serviços públicos, fornecendo aos negros serviços inferiores aos dos brancos.

Fotos: 

No Porto

Ponte de giro

juventude tem a fala

chegando em V&A Waterfront

mar agitado de Camps Bay

visual

é por ali o por do sol

os 12 apóstolos encobertos


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